quinta-feira, 28 de novembro de 2013

COEP apresenta sugestões para inclusão social dos catadores de material reciclável

EntrevistasEntrevistas 

O COEP promoveu, em junho, uma conferência livre sobre o tema geração de trabalho e renda para catadores de materiais recicláveis, em apoio à IV Conferência Nacional do Meio Ambiente (4ª CNMA), a ser realizada de 24 a 27 de outubro, em Brasília. Nesta edição, os organizadores da conferência estão incentivando a sociedade a promover discussões que possam gerar propostas relacionadas ao tema dos resíduos sólidos a serem encaminhadas à plenária nacional do evento.

 Nesta entrevista, a secretária-executiva do COEP Nacional, Gleyse Peiter, explica o que motivou o envolvimento da rede com o tema dos resíduos sólidos e fala sobre os debates entre os integrantes da Rede COEP, durante a conferência livre, que resultaram na formulação de cinco propostas, encaminhadas à etapa nacional da 4ª CNMA.

Rede Mobilizadores - Por que o COEP decidiu trabalhar com o tema dos resíduos sólidos?
 R.: O COEP tem suas atividades baseadas em três eixos: Meio Ambiente, Clima e Vulnerabilidades; Direitos, Participação e Cidadania; Erradicação da Miséria, e o tema dos resíduos sólidos contempla aos três. Em relação ao meio ambiente, há a discussão sobre formas de tratamento dos resíduos e seu reaproveitamento, reciclagem e reuso por empresas, órgãos públicos e sociedade em geral. No que se refere a direitos e cidadania, temos as questões associadas à geração de renda para os catadores de material reciclável e reutilizável, além de questões de gênero e de direitos. Além disso, o tema permite que o COEP leve para o debate os desafios de implementação de políticas públicas, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e a Lei de Coleta Seletiva Solidária.Quanto ao tema erradicação da miséria, é inegável que, ao pensar na questão de resíduos sólidos, precisamos contemplar a inclusão social dos catadores, pessoas que vivem em situação de extrema vulnerabilidade social.

 Rede Mobilizadores - Qual a expectativa em relação à mobilização da Rede COEP em torno do tema?
 R: A capilaridade da rede COEP permite que o tema seja efetivamente discutido em todos os estados e municípios onde o Comitê está presente, junto com suas parcerias. A partir dessa mobilização local, esperamos que seja fortalecida a inclusão dos catadores e catadoras e que sejam identificados e eliminados os problemas e dificuldades para a implantação das políticas.

Rede Mobilizadores - O que motivou a realização de uma conferência livre sobre a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos?
 R.: Para a mobilização de sua rede nacional, o COEP, em parceria com a Secretaria Geral da Presidência da República e o apoio de empresas parcerias, realizou o seminário em Brasília: “Reciclando Práticas e Transformando Vidas: Fortalecendo o Trabalho dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis e Reutilizáveis”. No encontro, com mais de 150 pessoas, foram discutidos: Coleta Seletiva Solidária, o Decreto 5940: Avanços e Desafios (o decreto implementa a Coleta Seletiva Solidária nos órgão federais e destina os resíduos para as cooperativas e associações de catadores), e A Política Nacional de Resíduos Sólidos: Conquistas e Desafios para os Catadores de Materiais Recicláveis, com a apresentação de experiências exitosas e palestras de representantes do Governo e de outras organizações. Houve também uma grande mobilização em torno da participação das redes estaduais e municipais nas articulações regionais e locais da 4ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (4ª CNMA), cujo tema central são as questões associadas aos catadores e à gestão de resíduos. Como, após o evento haveria uma reunião da rede nacional do COEP, com seus representantes estaduais e municipais, para discutir as questões associadas aos temas tratados, levando em conta as realidades locais ali representadas, foi decidido que seria feita uma conferência livre, cujo resultados seriam propostas para a Conferência Nacional de Meio Ambiente.

Rede Mobilizadores - Quantas e quais propostas foram encaminhadas pelo COEP à coordenação executiva da 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente?
 R.: A conferência livre, que teve como eixo temático a Geração de Trabalho, Emprego e Renda, motivou a elaboração de cinco propostas: - Garantir, por meio de políticas públicas específicas, formação em associativismo e gestão da qualidade das cooperativas; - Inserir a classe dos catadores de material reciclável no sistema Previdenciário, com aposentadoria e alíquota diferenciada em razão da insalubridade; - Garantir que, nas cidades-sede da Copa e em outros grandes eventos, a coleta seletiva seja solidária, com a inclusão dos catadores de materiais recicláveis; - Garantir uma cota do Programa Jovem Aprendiz para filhos e filhas de catadores(as), assegurando que um percentual mínimo desses aprendizes sejam contratados pelas empresas. - Criar um sistema de logística solidária, que preveja reconhecimento (selo), benefícios ou isenção para empresas transportadoras que retornarem ao local de origem com o material reciclado obtido de associação/cooperativas de catadores(as) de material reciclável. As cinco propostas já estão cadastradas no site da 4ª CNMA.

Rede Mobilizadores - Quais as maiores dificuldades de inclusão social dos catadores de material reciclável? R.: Grande parte da categoria trabalha em condições extremamente precárias, sendo submetida a diversos riscos de contaminação, incêndio e acidentes. Um dos maiores problemas é que os catadores são explorados por empresários que compram seus materiais a baixíssimos preços e não os reconhecem como os principais atores no processo de gestão de resíduos, como estabelecido principalmente pelo Decreto da Coleta Seletiva Solidária. Os catadores são responsáveis por 90% do material que chegam para serem processados pela indústria de reciclagem do Brasil, mas ficam apenas com 10% do lucro.
Rede Mobilizadores - O que as empresas em geral podem fazer para auxiliar na inclusão social dos catadores de material reciclável?
 R.: Em primeiro lugar, obedecer à legislação vigente, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Decreto da Coleta Seletiva Solidária. Além disso, podem criar mecanismos de fortalecimento da organização dos catadores, promover capacitações técnicas em diferentes temas, como reciclagem, valorização da diversidade e de gênero, direitos e cidadania, e outros. Exercendo sua responsabilidade social, as empresas podem também montar espaços de estocagem do material coletado, equipar as cooperativas com caminhões, carros de coleta, empilhadeiras, trituradoras, etc.

 Rede Mobilizadores - Quais foram os principais resultados do seminário “Reciclando Práticas e Transformando Vidas: Fortalecendo o Trabalho dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis e Reutilizáveis”?
R.: O reconhecimento da importância dos catadores para o processo de coleta e gestão de resíduos e a troca de experiências com empresas e órgãos públicos que já têm resultados fantásticos com a adoção da coleta seletiva solidária, demonstrando que é possível, com a reciclagem de práticas, transformar vidas. Conseguimos também disseminar para os estados e municípios o debate sobre os temas tratados no Seminário Nacional, garantindo que a capilaridade da rede do COEP cumpra a função de ampliar esta discussão, visando fortalecer a inclusão social dos catadores. Foi criado, ainda, um fórum permanente no site da Rede Mobilizadores para possibilitar a troca de experiências e de informações entre os participantes da rede nos estados e municípios. Este tema é muito importante para o COEP e sempre estará em nossa agenda, com o compromisso de transformar, para melhor, a vida dos catadores e catadoras.

Rede Mobilizadores - Quais são as próximas ações programadas pelo COEP?
R.: Desde 2008, o COEP faz a mobilização de sua rede no país inteiro em torno do Prêmio Betinho, uma homenagem ao sociólogo que deixou acesa, nos corações e mentes dos brasileiros, a chama da solidariedade. O Prêmio procura valorizar e reconhecer as pessoas que atuam para acabar com a pobreza e tornar o Brasil mais justo e solidário. Este ano, na 6ª edição do Prêmio, serão candidatos os catadores e catadoras de material reciclável e reutilizável que atuam nos estados e municípios, transformando a realidade local e fazendo a diferença. Para saber mais sobre o prêmio clique aqui.

Entrevista do Eixo Meio Ambiente, Clima e Vulnerabilidades
Concedida à: Renata Olivieri
 Editada por: Eliane Araujo

Fonte: http://www.mobilizadores.org.br/coep/Publico/consultarConteudoGrupo.aspx?TP=V&CODIGO=C2013719928693&GRUPO_ID=15

sábado, 5 de outubro de 2013

RECICLARTE – Essa gente recicla com arte

AnesioAntoniodeOliveira AssociaçãoRaiodeLuz Reciclarte créditoDavilymDourado Horizonte 200x300 RECICLARTE – Essa gente recicla com arte

Exposição multimídia apresenta histórias de pessoas que vivem a reciclagem no seu dia a dia.
Mostra fica de 8 a 19 de outubro na Biblioteca do Memorial da América Latina, em São PauloEntrada é gratuita.
A partir de 8 de outubro (terça-feira), a Biblioteca do Memorial da América Latina recebe a exposição multimídia Arte da Reciclagem em São Paulo –RECICLARTE. Com ensaios fotográficos, vídeo, peças e depoimentos de pessoas que estão por trás da extensa cadeia da reciclagem, a mostra joga luz e resgata a dignidade desse trabalho anônimo que gera riqueza a partir daquilo que se descarta.
A exposição é dividida em módulos que abordam do descarte à coleta, da triagem ao reprocessamento, do reuso funcional ao artesanato produzido com matéria-prima descartada. A mostra tem curadoria de Peter Milko, diretor de redação da revista Horizonte Geográfico e ensaio fotográfico deGustavo Lourenção e Davilym Dourado.
Visite o hotsite da exposição: www.horizontegeografico.com.br/reciclarte
RECICLARTE tem patrocínio da Dixie Toga, apoio da Braskem e do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura – Programa de Ação Cultural – 2013.
Arte da Reciclagem em São Paulo – RECICLARTE
Onde: Memorial da América Latina (Biblioteca) – Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, portões 1, 2, 5 e 6 – Barra Funda – Oeste.
Quando: 8 a 19 de outubro. Segunda a sexta-feira, das 10h às 18h. Sábado, das 10h às 17h.
Grátis
Proibido fumar. Tem local para comer. Tem conexão wi-fi. Estac. (R$ 7 e R$ 10, nos portões 4, 8 e 15 – convênio).
Sobre a Dixie Toga
A Dixie Toga é uma das maiores empresas multi packaging da América Latina e atua nos segmentos de embalagens rígidas, flexíveis, laminadas e rótulos. Entre os mercados atendidos pela companhia estão alimentos, bebidas, cosméticos, farmacêutico, higiene pessoal, limpeza doméstica, médico-hospitalar, pet food e de tabaco. Atualmente, a empresa conta com mais de sete mil funcionários, que atuam nas plantas do Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e México.
Muito além de apenas convertedor de embalagens, a Dixie Toga se tornou uma empresa dedicada ao desenvolvimento estratégico de materiais, uma autêntica “Material Science Company”. Neste sentido, o crescimento da Dixie Toga tem sido resultado do alto nível de serviços prestados aos clientes, oferta de produtos com qualidade diferenciada, investimentos contínuos em novos equipamentos e, principalmente, inovação.
Sobre a Braskem
A Braskem é a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas. Com 36 plantas industriais distribuídas pelo Brasil, Estados Unidos e Alemanha, a empresa produz anualmente mais de 16 milhões de toneladas de resinas termoplásticas e outros produtos petroquímicos. Maior produtora de biopolímeros do mundo, a Braskem tem capacidade para fabricar anualmente 200 mil toneladas de polietileno derivado de etanol de cana-de-açúcar.
Mais informações para a imprensa com:
Lead Comunicação – www.lead.com.br
(11) 3168-1412
Marcelo Bolzan – Ramal 22 – (11) 98714-9775 – marcelo@lead.com.br
Luiz Soares – Ramal 18 – (11) 98752-4637 – luiz@lead.com.br
Marina Galvanin – Ramal 19 – (11) 98681-0133 – marina@lead.com.br

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Reciclagem do óleo


Porque reciclar 

Você sabia que óleo de cozinha quando descartado de forma incorreta causa diversos impactos negativos ao meio ambiente?

O descarte pela pia, por exemplo, permite que o óleo chegue aos corpos d água contaminando e degradando todos os locais por onde passa.

Primeiro, o óleo de cozinha entope os encanamentos residenciais. O óleo gruda nas paredes das tubulações que passam a reter restos de alimentos ocasionando o entupimento. Além desse transtorno, o alimento acumulado nas tubulações atrai ratos e baratas para o estabelecimento. Em seguida, este óleo chega à rede publica de esgoto causando entupimentos em maiores proporções e gerando ainda mais transtornos e proliferação de vetores.

Nos rios, o óleo forma uma camada impermeabilizante na superfície que impede a passagem da luz do sol comprometendo o oxigênio existente e causando a morte dos peixes e da vegetação aquática.

Isso tudo deixa de acontecer assim que este óleo é encaminhado para o Instituto Triângulo, pois, através de alguns processos ele é transformado em um novo produto, sabão ecológico biodegradável, que se decompõe naturalmente e com maior facilidade por ter origem orgânica.


Como armazenar o óleo vegetal usado 

Para guardar este óleo depois de usado é simples:

• Espere o óleo esfriar na panela;

• Com a ajuda de um funil, despeje o óleo diretamente em uma garrafa PET ( as populares garrafas de refrigerantes);

• Em seguida feche a garrafa PET com a tampa, assim, não será exalado qualquer tipo de odor e a garrafa poderá ser guardada em qualquer local da cozinha sem atrair insetos, ratos ou baratas;

• Com um guardanapo de papel, limpe a panela em que foi preparado o alimento com óleo e faça o mesmo procedimento com funil e coloque este guardanapo no lixo orgânico;

• Quando a garrafa PET estiver cheia, leve para o Ponto de Troca mais perto de sua casa.

Por que a garrafa PET?

Em caso de acidente, como quedas, por exemplo, a garrafa PET é mais resistente. A tampa com rosca evita que o cheiro do óleo exale pela casa. Além disso, a garrafa PET também pode ser reciclada quando encaminhada para os coletores de óleo.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Gargalos impedem avanço da reciclagem do lixo no Brasil


Com programas de coleta seletiva pouco organizados, a indústria recicladora funciona, em média, com capacidade ociosa entre 20% e 30%

A coleta seletiva ainda enfrenta gargalos para se tornar abrangente no País, como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que entrará em vigor na segunda metade do ano que vem. A avaliação foi feita por André Vilhena, diretor do Compromisso Empresarial pela Reciclagem (Cempre), fórum que reúne 38 grandes empresas nacionais e multinacionais desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92.
A falta de capacitação é mais grave no interior, mas também está longe do ideal nas grandes cidades: "Vamos pegar os exemplos das maiores cidades do Brasil: os programas tanto de São Paulo quanto do Rio de Janeiro são muito pouco abrangentes, precisam passar por uma reformulação e ampliação significativas. Sem dúvida alguma, no curto espaço de tempo, precisamos melhorar muito os programas de coleta seletiva nas cidades brasileiras, especialmente nas maiores".Vilhena destaca que um dos entraves para o avanço da coleta seletiva no Brasil é a falta de qualificação dos gestores locais responsáveis por elaborar os planos municipais de resíduos sólidos: "O envolvimento das prefeituras é o ponto de partida. Temos hoje poucos municípios fazendo a coleta seletiva e, principalmente, fazendo a coleta seletiva de forma abrangente. Para mudar isso, os gestores públicos necessitam de treinamento para que possam efetivamente implantar os programas em seus municípios".
Com programas de coleta seletiva pouco organizados, a indústria recicladora padece de pouca oferta de matéria-prima e, segundo estimativas do Cempre, funciona, em média, com capacidade ociosa entre 20% e 30%. Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2010 já mostrava que o Brasil deixava de movimentar R$ 8 bilhões anualmente por não aproveitar o potencial do setor. De acordo com o Cempre, apenas 14% das cidades brasileiras têm coleta seletiva, sendo 86% delas no Sudeste.
Outro entrave para a reciclagem no Brasil, segundo Vilhena, é o peso tributário sobre o setor, que se beneficiaria de mudanças na cobrança de impostos: "De cara, deveria ser dispensado o recolhimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na venda de sucatas e materiais recicláveis, além de produtos com 100% de material reciclado. Poderia ser feita, a partir disso, uma redução gradativa do imposto conforme o percentual de material reciclado na composição", defende ele, que acredita haver bitributação no caso do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): "em alguns setores, o produto já teve a cobrança do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]. quando foi descartado, e tem o desconto de novo durante a reciclagem".
Edson Freitas, da organização não governamental EccoVida, concorda com as duas análises: "muita gente prefere a informalidade por causa dos impostos. Pago uns 30% de imposto sobre minhas garrafas e ainda tenho que pagar para destinar o lixo não aproveitável. Um dos projetos que desenvolvo, de produção de telhas a partir de pet [politereftalato de etileno, utilizado na fabricação de embalagens e outros produtos], eu trouxe de Manaus, porque lá não era viável por falta de plástico selecionado".
Em seu galpão, o presidente da ONG conta que processa mil toneladas de material reciclado por mês, mas a falta de oferta o impede de vender o dobro disso de matéria-prima para fábricas como a Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), que usa suas pets na produção de garrafas 100% recicladas, que corresponderam a 28% da produção em 2012 e devem chegar a 40% em 2013. No ano passado, a companhia reutilizou 60 milhões de pets na produção, número que deve saltar para 130 milhões neste ano, com a autorização da Anvisa para o uso de material reciclável em mais três fábricas da empresa, somando seis homologadas.
A produção de pet a partir de material reciclável economiza 70% de energia e reduz em 70% a emissão de gás carbônico na atmosfera. Além das pets, a Ambev também produz, em sua fábrica de vidro, sete em cada dez garrafas desse material inteiramente com cacos reciclados, sendo 88% deles provenientes da própria cervejaria e 12% de cooperativas.
O problema da falta de material de que Freitas se queixa, no entanto, não é causado só pela escassez de planos municipais. Para Vilhena, é preciso maior envolvimento da população: "Temos que melhorar o engajamento do cidadão brasileiro nos programas de coleta seletiva, que ainda estão aquém do desejado".
Edson Freitas destaca que é preciso uma mudança de pensamento em relação aos materiais recicláveis: "nem chamo de lixo uma pet ou uma embalagem de papelão, porque não são lixo. Têm o mesmo valor que tinham quando o produto estava armazenado dentro delas. É só limpar que continua a ser material com valor comercial e utilidade".

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Alguns dados importantes sobre a reciclagem



1.Quais cidades brasileiras podem ser tomadas como exemplos?
Os cinco municípios brasileiros onde a prefeitura faz chegar o serviço de coleta seletiva a 100% das residências são Curitiba (PR), Itabira (MG), Londrina (PR), Santo André (SP) e Santos (SP). Em Curitiba, por exemplo, a fórmula que deu certo inclui o uso de caminhões que recolhem apenas o lixo seco, sem nenhum resto orgánico. O resultado: o lixo fica mais limpo e acaba vendido por um preço mais alto às indústrias de reciclagem. Isso ajuda a tornar o sistema de coleta seletiva em Curitiba mais barato (e viável) que o da maioria das cidades brasileiras.

2. Por que em alguns municípios há programas de reciclagem e em outros não?
Todo o resíduo de uma cidade é de responsabilidade das prefeituras. Dessa maneira, se não existirem iniciativas municipais, dificilmente a reciclagem será massificada. Outra situação a ser vencida é a falta de mecanismos de coleta seletiva. Essa etapa inicial e fundamental da reciclagem é realizada pelos órgãos públicos em cerca de 6% dos municípios brasileiros. A situação levou à formação de cooperativas de catadores de lixo e de empresas privadas especializadas, que enxergaram na coleta seletiva e na reciclagem uma forma de ganhar dinheiro. Na capital paulista, por exemplo, um estudo identificou, em 2002, cerca de setenta associações que coletam, fazem a triagem e comercializam material reciclável.

3. Quais são os países que mais reciclam no mundo?
Entre os países que mais reciclam estão os Estados Unidos, o Japão, a Alemanha e a Holanda. Os EUA, por exmplo, conseguem reaproveitar pouco mais da metade do que vai parar nas lixeiras. Na Europa Ocidental, virou rotina nos supermercados cobrar uma taxa para fornecer sacolas plásticas. Os clientes levam as suas de casa. Também na Europa, o bom e velho casco (de vidro ou de plástico) vale desconto na compra de refrigerantes e água mineral. Para a redução do lixo industrial, a União Européia está financiando projetos em que uma indústria transforma em insumo o lixo de outras fábricas. Até a fuligem das chaminés de algumas é aproveitada para a produção de tijolos e estruturas metálicas.

Fonte:http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/reciclagem/#8

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Reciclagem


Reciclagem significa, transformar objetos e materiais usados ou reutilizados em novos produtos para o consumo em nossa vida prática. É uma das maneiras de minimizar os problemas causados pelo lixo. Atualmente, costuma-se dizer que os inconvenientes do lixo podem ser solucionados a partir da regra dos 4 Rs:
Repensar,
Reduzir
Reutilizar
Reciclar
Pois, em virtude disso, ocorreria uma mudança comportamental, social, econômica e ambiental, que diminuiria a quantidade de lixo produzida.
Reduzir e reutilizar são soluções que acontecem quase paralelamente. Trata-se da redução da quantidade de lixo produzida, principalmente evitando produtos descartáveis e dando preferência aos que podem ser reutilizados. Ao mesmo tempo, a questão implica também a melhor utilização dos diversos objetos, para adiar sua transformação em lixo.
Repensar o problema do lixo, assim como os diversos problemas ambientais relacionados à organização socioeconômica da humanidade, para que se encontrem novas soluções que minimizem o problema.
Por outro lado, o "R" de reciclagem, tem se revelado muito eficaz e já tem produzido uma série de resultados concretos em diversos lugares do Brasil e do mundo. No entanto, um projeto de reciclagem em grande escala também se vê limitada pelos interesses econômicos. A indústria, de um modo geral, só tem se interessado na reciclagem de materiais que dão lucro.


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Alumínio é material mais reciclado no Brasil, segundo dados do IBGE

Informação faz parte de relatório de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

 UOL Notícias
Alumínio é material mais reciclado no Brasil, segundo dados do IBGE
O campeão absoluto da reciclagem no Brasil é o alumínio, com 91,5% da matéria prima utilizada na indústria vindo de alumínio reciclado. Este percentual é de 2008 são do relatório de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados no último dia 1.º de setembro de 2010.
Depois do alumínio, vêm as embalagens pet, vidro, latas de aço e papel com taxas entre 43% e 55%. As embalagens longa vida são as menos recicladas (pela dificuldade de separação dos componentes) com 26,6%. As latas de alumínio têm o maior percentual de material reciclado devido ao alto valor de mercado da sucata de alumínio, associado ao elevado gasto de energia necessário para produção de alumínio metálico.
As garrafas pet são o segundo material reciclado mais utilizado, 54,8% em 2008. A taxa de reciclagem do vidro vem se mantendo estável nos últimos anos, com 47% do total em 2008. No mesmo ano, 46,5% do aço consumido na indústria vinham de latas recicladas. Já 43,7% do total de papel consumido na indústria é reciclado.
Alternativa à pobreza
No Brasil, os altos níveis de reciclagem estão mais associados ao valor das matérias-primas e aos altos níveis de pobreza e desemprego do que à educação e à conscientização ambiental. É por conta disto que o papel, o vidro, a resina pet, as latas de aço, e as embalagens cartonadas, de mais baixo valor de mercado, apresentam índices de reciclagem bem menores que as latas de alumínio.
O IBGE acredita que o estabelecimento, pelo governo federal, de preços mínimos para os materiais recicláveis deve elevar a proporção de materiais reciclados. Segundo o Instituto, apenas uma pequena parte do lixo produzido no Brasil é seletivamente coletado. A maior parte da reciclagem é feita por catadores, autônomos ou associados em cooperativas, que retiram do lixo os materiais de mais alto valor.
Qualidade de vida
A coleta seletiva de lixo e a conscientização da população para separar os resíduos, antes de descartá-los, podem aumentar não apenas a eficiência da reciclagem, como também trazer melhorias na qualidade de vida de catadores e de outros trabalhadores que lidam com resíduos.
A reciclagem das embalagens longa vida tetrapak é mais recente e apresenta o menor valor 26,6%, sendo medida a partir de 1.999. Além de não possuir tanta tradição na reciclagem, a necessidade de separar os materiais componentes das embalagens tetrapak (papel, alumínio e plástico) é outro fator dificultador.
As embalagens longa vida, por retardarem refrigeração, também contribuem para o combate à destruição da camada de ozônio, pois a refrigeração é o setor industrial que mais consome substâncias que destroem esta camada.
A reciclagem, ao reduzir o consumo de energia e a extração de matérias-primas, reduz, também, a emissão de gases de efeito estufa associados à geração de energia pela queima de combustíveis fósseis.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Reciclagem de Plásticos no Brasil

O INDAC - Instituto Nacional para o Desenvolvimento do Acrílico, possui relacionamento com a mais importante entidade brasileira no setor de reciclagem de plásticos: Plastivida - Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos, ligada à Abiquim - Associação Brasileira da Indústria Química.

Plastivida tem concentrado esforços no desenvolvimento de ações voltadas a caracterização, dimensionamento e análise do desenvolvimento da reciclagem dos plásticos no Brasil. Por este motivo, foi desenvolvido o estudo intitulado "Elaboração e Monitoramento dos Índices de Reciclagem de Plástico no Brasil" e que constitui-se numa iniciativa de relevância das pesquisas realizadas até o momento.

Índices no Brasil

Não existe uma Política Nacional de Reciclagem, com atuação estratégica e que reúna todos os setores envolvidos no país. Para levantar a situação da indústria de reciclagem de plásticos no Brasil, a Plastivida desenvolveu um estudo elaborado a partir de um plano estatístico estabelecido em 2005, com vistas a compor a amostra de Reciclagem Mecânica de Resíduos Plásticos Pós-Consumo e servir de base para extrapolações dos dados para a segmentação geográfica brasileira. Esse Estudo foi realizado a partir da aplicação de metodologia de acordo com os padrões de qualidade do IBGE.
Seus principais resultados são apresentados em seguida:

1. Composição média do lixo na coleta seletiva (% em peso) nas cidades com coleta seletiva.

2. Resultados da Reciclagem Mecânica de Resíduos Plásticos Pós-Consumo no Brasil:

  • Número de empresas recicladoras de plásticos: 550
  • Faturamento: R$ 1,6 milhões
  • Capacidade instalada: 1,3 milhões de toneladas
  • Produção: 770 mil toneladas / ano
  • Nível operacional: 61%
  • Número de empregos diretos: 18.000

3. Índice de reciclagem (%)

Índice de Reciclagem - Considera-se Índice de Reciclagem a razão entre o total de produtos reciclados e a quantidade de resíduos sólidos gerados.
Brasil – ano-base 2006
Europa  – ano-base 2005
Fontes: Plastics Europe e Plastivida

Conclusão

O índice de reciclagem mecânica de plásticos no Brasil, medida em 2005, atingiu 19,8%, entretanto, a estrutura de Coleta Seletiva hoje tem uma capacidade ociosa em torno de 40% que pode ser utilizada. Caso isso aconteça, provavelmente o país supere a Alemanha e a Áustria, hoje com 32% e 20% respectivamente.
A campeã na reciclagem de plásticos pós-consumo é a região Sudeste com 59%, seguida pela região Sul com 28% e pela região Nordeste com 13%.
Tudo isso não seria possível sem o grande exército de cerca de 500 mil catadores informais que recolhem os resíduos e os revendem. No entanto, as condições de informalidade das empresas recicladoras de plásticos são sérias limitadoras ao desenvolvimento do setor.
Fonte: Plastivida - Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos: www.plastivida.org.br

sexta-feira, 5 de julho de 2013

EnerSolar+Brasil 2013 promove oportunidades na indústria solar

A EnerSolar + Brasil | Feira Internacional de Tecnologias para Energia Solar, evento dedicado à energia solar e térmica, acontece de 17 a 19 de julho de 2013, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Organizado pelo Grupo Cipa Fiera Milano e Artenergy Publishing, o evento promove as oportunidades na indústria solar da América do Sul, onde 250 expositores nacionais e internacionais, de países como Itália, Estados Unidos, Alemanha, Espanha e China, dentre outros, apresentam suas tecnologias, serviços e soluções para aplicações industriais e civis, nos segmentos de energia térmica solar e fotovoltaica, inversores e outras energias renováveis. Simultaneamente, acontece a feira internacional GREENERGY, especializada em energias renováveis, biocombustíveis, biogás, biomassa e a EÓLICA BRASIL SMALL WIND.
As alternativas e caminhos para o uso das energias renováveis serão debatidas durante o III Congresso ECOENERGY, que contará com a presença de autoridades nacionais e internacionais dos mais diversos setores de energias renováveis. As principais entidades do setor já confirmaram presença, tais como: MME, EPE, SECRETARIA DE ENERGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, ANEEL, COGEN, FIESP, CIESP, CENBIO, ABEÓLICA, ABENS, CAIXA ECONOMICA FEDERAL, BNDES, BLOOMBERG, INSTITUTO IDEAL, ABEAMA, ABRAGEL, ITALCAM, DASOL /ABRAVA. Para este ano, os organizadores esperam receber 8.000 mil visitantes formados por: engenheiros; arquitetos; empresários dos setores de energia, construção civil, hotelaria; produtores rurais; presidentes e diretores das principais entidades dos setores de energia e meio ambiente; para conhecer as últimas novidades em energias limpas e renováveis.
 Serviço
EnerSolar + Brasil: II Feira Internacional de Tecnologias para Energia Solar
Quando: 17 a 19 de julho de 2013, das 13h às 20h
Local: Centro de Exposições Imigrantes – Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5 – São Paulo – SP – Brasil
ENTRADA GRATUITA – profissionais do setor
Eventos Simultâneos:
Ecoenergy |Congresso Internacional de Tecnologias Limpas e Renováveis para a Geração de Energia
Greenergy Expo Brasil: Feira da Indústria de Energias Renováveis no Brasil
Eólica Brasil Small Wind
- Transporte Gratuito – Estação do Metrô Jabaquara – saída de Vans na Rua Nelson Fernandes, 400

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Gargalos impedem avanço da reciclagem do lixo no Brasil

Com programas de coleta seletiva pouco organizados, a indústria recicladora funciona, em média, com capacidade ociosa entre 20% e 30%.



A coleta seletiva ainda enfrenta gargalos para se tornar abrangente no País, como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que entrará em vigor na segunda metade do ano que vem. A avaliação foi feita por André Vilhena, diretor do Compromisso Empresarial pela Reciclagem (Cempre), fórum que reúne 38 grandes empresas nacionais e multinacionais desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92.
A falta de capacitação é mais grave no interior, mas também está longe do ideal nas grandes cidades: "Vamos pegar os exemplos das maiores cidades do Brasil: os programas tanto de São Paulo quanto do Rio de Janeiro são muito pouco abrangentes, precisam passar por uma reformulação e ampliação significativas. Sem dúvida alguma, no curto espaço de tempo, precisamos melhorar muito os programas de coleta seletiva nas cidades brasileiras, especialmente nas maiores".Vilhena destaca que um dos entraves para o avanço da coleta seletiva no Brasil é a falta de qualificação dos gestores locais responsáveis por elaborar os planos municipais de resíduos sólidos: "O envolvimento das prefeituras é o ponto de partida. Temos hoje poucos municípios fazendo a coleta seletiva e, principalmente, fazendo a coleta seletiva de forma abrangente. Para mudar isso, os gestores públicos necessitam de treinamento para que possam efetivamente implantar os programas em seus municípios".
Com programas de coleta seletiva pouco organizados, a indústria recicladora padece de pouca oferta de matéria-prima e, segundo estimativas do Cempre, funciona, em média, com capacidade ociosa entre 20% e 30%. Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2010 já mostrava que o Brasil deixava de movimentar R$ 8 bilhões anualmente por não aproveitar o potencial do setor. De acordo com o Cempre, apenas 14% das cidades brasileiras têm coleta seletiva, sendo 86% delas no Sudeste.
Outro entrave para a reciclagem no Brasil, segundo Vilhena, é o peso tributário sobre o setor, que se beneficiaria de mudanças na cobrança de impostos: "De cara, deveria ser dispensado o recolhimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na venda de sucatas e materiais recicláveis, além de produtos com 100% de material reciclado. Poderia ser feita, a partir disso, uma redução gradativa do imposto conforme o percentual de material reciclado na composição", defende ele, que acredita haver bitributação no caso do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): "em alguns setores, o produto já teve a cobrança do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]. quando foi descartado, e tem o desconto de novo durante a reciclagem".
Edson Freitas, da organização não governamental EccoVida, concorda com as duas análises: "muita gente prefere a informalidade por causa dos impostos. Pago uns 30% de imposto sobre minhas garrafas e ainda tenho que pagar para destinar o lixo não aproveitável. Um dos projetos que desenvolvo, de produção de telhas a partir de pet [politereftalato de etileno, utilizado na fabricação de embalagens e outros produtos], eu trouxe de Manaus, porque lá não era viável por falta de plástico selecionado".
Em seu galpão, o presidente da ONG conta que processa mil toneladas de material reciclado por mês, mas a falta de oferta o impede de vender o dobro disso de matéria-prima para fábricas como a Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), que usa suas pets na produção de garrafas 100% recicladas, que corresponderam a 28% da produção em 2012 e devem chegar a 40% em 2013. No ano passado, a companhia reutilizou 60 milhões de pets na produção, número que deve saltar para 130 milhões neste ano, com a autorização da Anvisa para o uso de material reciclável em mais três fábricas da empresa, somando seis homologadas.
A produção de pet a partir de material reciclável economiza 70% de energia e reduz em 70% a emissão de gás carbônico na atmosfera. Além das pets, a Ambev também produz, em sua fábrica de vidro, sete em cada dez garrafas desse material inteiramente com cacos reciclados, sendo 88% deles provenientes da própria cervejaria e 12% de cooperativas.
O problema da falta de material de que Freitas se queixa, no entanto, não é causado só pela escassez de planos municipais. Para Vilhena, é preciso maior envolvimento da população: "Temos que melhorar o engajamento do cidadão brasileiro nos programas de coleta seletiva, que ainda estão aquém do desejado".
Edson Freitas destaca que é preciso uma mudança de pensamento em relação aos materiais recicláveis: "nem chamo de lixo uma pet ou uma embalagem de papelão, porque não são lixo. Têm o mesmo valor que tinham quando o produto estava armazenado dentro delas. É só limpar que continua a ser material com valor comercial e utilidade".
 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Reciclagem


Nos últimos anos, o volume de lixo urbano reciclado no Brasil aumentou. Entre 2003 e 2008, passou de 5 milhões de toneladas para 7,1 milhões, equivalente a 13% dos resíduos gerados nas cidades, segundo dados do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre).
O setor movimenta cerca de R$ 12 bilhões por ano. Mesmo assim, o País perde em torno de R$ 8 bilhões anualmente por deixar de reciclar os resíduos que são encaminhados aos aterros ou lixões, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente. Isso porque o serviço só está presente em 8% dos municípios brasileiros
“Se os resíduos são misturados, em geral, apenas 1% pode ser reciclado. Se há a separação correta, o índice de aproveitamento passa para 70% ou mais”, explica a diretora-excutiva da Brasil Ambiental, Marialva Lyra. Ela destaca a importância da coleta seletiva para o processo da reciclagem.
Catadores
O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) surgiu no final dos anos 90 e hoje está presente em praticamente todo território nacional por meio de 600 bases, entre associações e cooperativas, e de 85 mil catadores organizados.
“Noventa e nove porcento do material reciclável que vai para a indústria passa pelas mãos dos catadores organizados e não organizados”, relatou o articulador e um dos fundadores do movimento, Eduardo Ferreira de Paula, também secretário da Rede Latino Americana e do Caribe de Catadores.
O Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos de 2009, realizado pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, apontou que a participação das associações de catadores com apoio da prefeitura na coleta seletiva ocorre em 30% das cidades brasileiras.
lei 11.445 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e permite que as prefeituras contratem as organizações de catadores para fazer o trabalho de coleta seletiva. “Assim as cooperativas viram um negócio e não apenas uma atividade social”, afirma Eduardo Ferreira de Paula.
Para a socióloga, Elisabeth Grimberg, coordenadora-executiva do Instituto Polis, as prefeituras são fundamentais. “O poder público municipal terá que investir e coordenar todo processo e implantar tecnologias voltadas para a reciclagem e co-implementar processos de integração dos catadores, associações e cooperativas”, afirma.
O alumínio é o campeão de reciclagem no País, com índice de 90%, segundo os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável de 2010 do IBGE. Isso se deve ao alto valor de mercado de sua sucata, associado ao elevado gasto de energia necessário para a produção de alumínio metálico.
Para o restante dos materiais, à exceção das embalagens longa vida, os índices de reciclagem variam entre 45% e 55%.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Cooperativismo


Forma ideal de organização

Cooperativismo é um movimento, filosofia de vida e modelo socioeconômico capaz de unir desenvolvimento econômico e bem-estar social. Seus referenciais fundamentais são: participação democrática, solidariedade, independência e autonomia.
É o sistema fundamentado na reunião de pessoas e não no capital. Visa às necessidades do grupo e não do lucro. Busca prosperidade conjunta e não individual. Estas diferenças fazem do cooperativismo a alternativa socioeconômica que leva ao sucesso com equilíbrio e justiça entre os participantes.
Associado a valores universais, o cooperativismo se desenvolve independentemente de território, língua, credo ou nacionalidade.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Rio quer elevar de 1% para 25% coleta seletiva do lixo até 2016!


Com apenas 1% de lixo recolhido em coleta seletiva em 2012, o município do Rio quer aumentar esse percentual para 25% até 2016 e começará neste ano a pôr em prática as medidas que buscarão esse objetivo. Em cerca de três meses, a Central de Triagem de Irajá será inaugurada, dando início ao projeto orçado em R$ 50 milhões, anunciado em 2011. O projeto recebeu investimentos de R$ 22 milhões, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e de R$ 28 milhões da Companhia Municipal de Limpeza Urbana.
“Ela vai atender aos bairros de Irajá, Marechal Hermes e Deodoro”, adiantou o coordenador de Projetos de Coleta Seletiva da Comlurb, Jorge Otero. Segundo ele, nove caminhões de lixo vão circular nos bairros a partir da inauguração e apenas mulheres trabalharão na coleta seletiva.
As garis passaram por uma capacitação de 15 dias e serão responsáveis também por advertir as residências que não aderirem ao novo modo de coleta. “Na primeira vez, os moradores serão avisados. Na segunda, advertidos. Se houver terceira, haverá multa”, explica Otero. Ele diz que o valor da punição ainda não está definido.
As garis do projeto foram selecionadas no banco de classificados do último concurso e vão iniciar o trabalho no novo modelo. Um detalhe diferente na coleta seletiva será o uniforme: em vez do tradicional laranja, elas vestirão camisas verdes.
A Central de Triagem de Irajá será a primeira das seis que funcionarão na cidade. Ainda neste ano, deve ser inaugurada a da Central do Brasil, no bairro da Gamboa, que atenderá ao centro e à zona sul. Na zona norte, haverá uma central na Penha, e mais três serão construídas na zona oeste: em Bangu, Campo Grande e Vargem Grande.
Para a coleta, não será necessário separar os diferentes tipos de material reciclável. Os garis recolherão o “lixo molhado” e o “seco” em dias alternados. O lixo molhado inclui os materiais orgânicos e os papéis de banheiro e cozinha, já o seco é todo material reciclável: papel, plástico, metal, vidro, isopor e outros.
Na central de Irajá, 200 catadores de cooperativas trabalharão sem precisar de atravessadores para vender o que selecionarem, e outros 300 devem ser empregados pela unidade Central do Brasil.
De acordo com Otero, a coleta seletiva é realizada atualmente em 44 bairros da cidade, mas sem atingi-los em sua totalidade. O coordenador da Comlurb assegura que, ainda neste ano, esses locais terão a coleta seletiva em todas as ruas e casas.
Fonte: Agência Brasil
Veja a matéria no RJTV de 05/06/13;

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Seguimos Unidos no dia do Meio Ambiente!





Hoje, no dia do Meio Ambiente celebramos a participação da Vamos Unir o Mundo e da CCOPRJ na V Semana do Meio Ambiente do Tribunal Regional Federal da 2ª região. Foi um prazer participar de uma iniciativa tão bacana.
Estamos dando os primeiros passos e o poder público começa a entender a importância da ecologia; e de ações como a coleta seletiva, palestras educativas e a difusão de boas praticas no dia a dia que cuidam o meio ambiente.
Estamos agradecidos em poder ter participado da V Semana do Meio Ambiente do Tribunal Regional Federal da 2ª região e estamos abertos a convites de outras entidades e ONGs que desejem expandir o conhecimento sobre a preservação e a educação ambiental.

Fica a foto do nosso querido Palestrante Hugo Camarate!

 Vamos Unir o Mundo e a CCOPRJ a favor da ecologia!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Venha, participe, fique ligado nas novas propostas.

VUM - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público e a CCOPRJ apoiam a 5ª semana nacional do meio ambiente realizada pela Justiça Federal do Rio de Janeiro TRF 2ª região.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Catadores mineiros marcham contra incineração de lixo

Colaboradores: fotos de Gilberto Warley Chagas/MNCR

Governo estadual quer contratar PPP para queimar os resíduos
Catadores mineiros marcham contra incineração de lixo
Chegada dos catadores na Assembleia Legislativa (Foto: Gilberto Warley/MNCR)
A capital mineira teve uma manhã diferente no último dia 6 de maio. As cores das bandeiras, camisetas e balões de ar faziam contraste com o triste cinza das ruas e do trânsito habitual. Faixas identificavam o motivo de cerca de duas mil pessoas estarem nas ruas naquele dia. “Marcha pela coleta seletiva com inclusão dos catadores”, “não à incineração” e “Deus recicla, o diabo incinera” eram os principais dizeres estampados pelos manifestantes majoritariamente catadores de materiais recicláveis de todas as regiões do estado de Minas Gerais.
A marcha iniciada no Centro de Direitos Humanos da População em Situação de Rua e dos Catadores tinha como destino a Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais onde aconteceria uma Audiência Pública sobre Parceria Público-Privada (PPP) que destina a gestão dos resíduos sólidos à iniciativa privada. A proposta é polêmica porque deixa em aberto para que as empresas escolham qual tecnologia usar na destinação final dos resíduos sólidos. A tendência é que elas optem pela incineração dos resíduos por ser mais lucrativa, uma vez que quanto menos resíduos elas dispõem em aterros sanitários, maior é o pagamento efetuado pelo poder público.
O temor dos catadores é que a PPP ameace a política de incentivo à coleta seletiva solidária feita pelo trabalho das cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis. A incineração de resíduos é uma tecnologia que compete com a reciclagem, pois necessita da queima de resíduos com maior poder calorífico (papel e plástico) para conseguir gerar energia sem a necessidade de adição de combustível. No entanto, há também uma consciência do risco ambiental e à saúde humana acarretado pela adoção da incineração, seja pela necessidade de maior extração de matérias-primas virgens, seja pela emissão de gases potencialmente cancerígenos, como as dioxinas e furanos.
Na Assembleia Legislativa, especialistas da área de resíduos, catadores e promotores públicos confrontaram-se com os representantes do governo estadual em relação aos riscos da incineração ser adotada no estado. Ao final dos debates, a Secretaria de Estado de Gestão Metropolitana se comprometeu a adotar medidas que impeçam a adoção da incineração como tecnologia de destinação final dos resíduos. Outra conquista foi a de que será apresentado Projeto de Lei proibindo a incineração como destinação final de resíduos sólidos em toda Minas Gerais.



sexta-feira, 26 de abril de 2013

Catadores de recicláveis: como seriam as cidades sem eles?



reciclaje-t.jpg
Catadores desenvolvem papel vital para a limpeza urbana e reciclagem
Foto: Avina
Esta sexta-feira, 1º de março, marca o Dia Internacional dos Catadores de Recicláveis, profissional que coleta, seleciona e vende materiais como papelão, papel, metal e vidro, apenas para citar os exemplos mais comuns.
Ele pode trabalhar de forma autônoma ou em cooperativas, com outros catadores, passando em condomínios e empresas em determinados horários do dia e da semana, para recolher os materiais, que posteriormente serão separados por itens e vendidos a organizações ou cooperativas de reciclagem.
Em nota em seu site, o MNCR lembrou que, no passado, as pessoas que trabalhavam com materiais recicláveis eram conhecidas como "catadores de lixo, mendigos e vagabundos".
De acordo com o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), os catadores são responsáveis pela coleta de 90% de tudo que reciclado hoje no Brasil. Ainda segundo o movimento, existem cerca de 800 mil profissionais em atividade no país.
Principais atividades de um catador de material reciclável:
• Coletar o material a ser reciclado em condomínios residenciais e públicos;
• Transportar o material até a cooperativa ou até a empresa para a qual será destinado à reciclagem;
• Separar os materiais recolhidos, em papelão, papel comum, vidro, plástico, metais e alumínio;
• Fazer a pesagem do material recolhido;
• Empacotar estes materiais para serem recolhidos pelas empresas.
Um dos principais projetos socioambientais voltados aos catadores de materiais recicláveis na América Latina é a Iniciativa Regional para a Reciclagem Inclusiva, promovida pela Fundação Avina em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Coca-Cola.
A parceria busca integrar os catadores informais ao mercado formal da reciclagem, por meio do fortalecimento e articulação de seus organizadores com atores dos setores público e privado.
Avanços e lutas
Em nota em seu site, o MNCR lembrou que, no passado, as pessoas que trabalhavam com materiais recicláveis eram conhecidas como "catadores de lixo, mendigos e vagabundos", mas que depois de anos de organização e principalmente do sentimento de mudança – hoje são conhecidos como "catadores de materiais recicláveis" e importantes agentes sociais.
"Também lembramos que temos ameaças globais em relação à categoria, a organização e em relação ao meio ambiente. Essas ameaças incluem a privatização dos resíduos, o fechamento dos lixões sem a inclusão dos catadores e a incineração", pondera a nota.
No dia 1º de março de 1992, na Universidade Livre de Ottawa (Ottawa University), na Colômbia, 11 catadores informais foram brutalmente assassinados por funcionários da instituição de ensino, que teriam enganado os trabalhadores ao atrai-los para o interior do prédio, sob a oferta de entregar-lhes materiais recicláveis.
Um sobrevivente, que fingiu estar morto, contou à polícia sobre o que tinha acontecido. Em memória do massacre, e em resposta as péssimas condições de trabalho que lutam para melhorar, além do preconceito que enfrentam em muitos níveis da sociedade, o Primeiro Encontro Internacional de Catadores, realizado na Colômbia em 2008 instituiu o 1º de março como o Dia Mundial dos Catadores.