segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Bloco 'Pretinhos do mangue' faz carnaval ecológico no Pará


15 mil brincantes participaram da festa que ocorre em Curuçá, no Pará, Bloco é patrimônio cultural do estado.

         Carnaval de Curuçá tem folia e ecologia, com brincantes fabricando abadás de lama (Foto: Tarso Sarraf / O Liberal)
O tradicional bloco de carnaval ecológico "Pretinhos do Mangue" desfilou neste domingo (10) pelas ruas de Curuçá, cidade do nordeste do Pará localizada a 130 quilômetros de Belém. Segundo a organização do evento, cerca de 10 mil pessoas participaram da folia, utilizando o "abadá tradicional" do bloco: em vez de penas e fantasias, os brincantes começam a concentração no mangue, cobrindo o corpo de lama. “Aqui aliamos festa e respeito ao meio ambiente. Todo mundo está convidado”, diz Edmilson Campos, presidente do bloco de carnaval mais tradicional da cidade, o Pretinhos do Mangue.
O bloco, que este ano celebra 24 anos de folia, saiu pelas ruas da cidade com o tema “Vem para cá, Brasil”.  “A festa é democrática: brinca idoso, jovem, criança. Basta se sujar de lama”, conta Edmilson Campos.
Depois de pintar o corpo no barro preto do manguezal, os foliões percorreram 1,5 quilômetros pela cidade, seguindo o arrastão pela a Travessa 7 de Setembro, onde acontece a evolução do desfile, até o encerramento na Praça Coronel Horácio. Os brincantes foram acompanhados por um trio elétrico, que animou a festa com as tradicionais marchinhas de carnaval.
“O povo se identifica com os elementos que o bloco traz para os desfiles, como os carros alegóricos que representam o caranguejo, o guará, a ostra, e as esculturas de garças, e muita lama do mangue”, diz Campos, que destaca ainda a forte simbologia do mangue para a população local. “E por ser do mangue que o povo curuçaense tira seu sustento, é que o bloco traduz o sentido do mangue na vida das pessoas daqui”, explica.Caranguejo gigante é o carro abre-alas dos "Pretinhos do Mangue" (Foto: Tarso Sarraf / O Liberal)Caranguejo gigante é o carro abre-alas dos "Pretinhos do Mangue" (Foto: Tarso Sarraf / O Liberal)
O bloco é também é formado por três carros alegóricos. O tradicional abre-alas é representado pelo mascote do bloco, um enorme caranguejo com quatro metros de comprimento e um metro de altura. Ele aparece ladeado por artesanatos feitos de barro em forma de garças e guarás, que simbolizam o cenário do mangue, berço de reprodução de várias espécies nativas.
O segundo carro é o guará, ave de coloração rosada, que lembra a de um flamingo, medindo três metros de altura e dois de comprimento. O terceiro carro traz uma ostra, com dois metros de comprimento e dois de altura. Dentro dela, uma mulata representa a beleza da mulher paraense.
Bloco é patrimônio culturalO bloco Pretinhos do Mangue surgiu de uma brincadeira no ano de 1989, numa terça-feira de carnaval, quando um grupo de amigos resolveu ir ao mangue pegar caranguejos para o tira-gosto da festa. “Chegamos lá, e quase não havia caranguejo. Em protesto, nos sujamos de lama e desfilamos pela cidade”, lembra Cafá.
Desde então, o bloco tem tido projeção nacional e até internacional por destacar o apelo ecológico em meio à folia. Em 2010, o Pretinhos do Mangue foi declarado “Patrimônio Cultural do Estado do Pará”, através da Lei Nº 7.383 de 16 de março de 2010, e “Patrimônio Cultural do Município de Curuçá”, pela Lei Nº 1.981 de 12 de fevereiro de 2010.Multidão pinta o corpo de barro do mangue: carnaval alia festa e apelo ecológico.  (Foto: Tarso Sarraf / O Liberal)Multidão pinta o corpo de barro do mangue: carnaval alia festa e apelo ecológico. (Foto: Tarso Sarraf / O Liberal)Depois dos dois importantes títulos, o bloco tornou-se uma organização não governamental dedicada a causas ecológicas. A Associação Sócio-ambiental e Cultural de Curuçá Pretinhos do Mangue vem desenvolvendo ações e projetos voltados para a educação ambiental, social e cultural do município. “A nossa missão é preservar, para as futuras gerações, o acervo da fauna e da flora, contribuindo para a vida do mangue curuçaense”, diz Campos, que não deixa de lado a essência carnavalesca do Pretinho. “É brincando que se aprende!”.
Além do “bloco dos sujos”, como são conhecidos os brincantes do Pretinhos, o carnaval de Curuçá traz ainda outros arrastões de rua, como As Curuçaenses, Curral do Piça, Galo do Primote, Patinha Maluca, Boi Prosa, Salientes, Palheteira, entre outros.
No município, a quadra carnavalesca termina com o Bloco dos Ilhados, que sai na quarta-feira de cinzas (13). “Os Ilhados trazem só com aqueles brincantes que gastaram todo seu dinheiro no carnaval e que acabaram ficando sem dinheiro para voltar para suas casas”, conta Cafá a respeito da brincadeira que encerra o feriadão de fevereiro.Bloco é patrimônio cultural do estado (Foto: Tarso Sarraf / O Liberal)Bloco é patrimônio cultural do estado (Foto: Tarso Sarraf / O Liberal)
Sua origem ribeirinha, aliada à influência católica que marca a história da cidade, explica o significado do nome que batiza o município. Derivado de “cruz”, Curuçá também significa “lugar em que há seixos ou cascalhos”.HistóriaCidade da região do Salgado, Curuçá foi ocupada ainda no século XVIII, quando jesuítas fundaram uma fazenda às margens do rio homônimo. Mais tarde, o local deu origem ao povoado Nossa Senhora do Rosário.
Em 1757, no governo de Francisco Xavier de Mendonça Furtado, logo após a expulsão
Doa jesuítas, a localidade adquiriu categoria de vila com o nome de Vila Nova D`El-Rei, mas foi extinta no período da revolução da Cabanagem, em 1833, quando foi incorporada ao município de Vigia.
Em 1933, Curuçá se emancipou politicamente, e alçou a condição de cidade.
CuriosidadeAtualmente, no lugar onde desembarcaram os religiosos, está estabelecido o povoado de São João de Abade, um dos pontos principais da cidade de Curuçá.
No porto, há um monumento em forma de um grande mastro localizado em frente à Igreja de São João Bosco, que foi construído em homenagem aos jesuítas.
São João de Abade é o princpal ponto de embarque e desembarque de pescado da Região do Salgado.
Fonte:http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2013/02/bloco-pretinhos-do-mangue-faz-carnaval-ecologico-no-para.html

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Bloco 'Vagalume, o verde' faz o Carnaval sustentável

Por: Fernanda Portugal
 Abram alas para um Carnaval sustentável! O bloco ‘Vagalume, O Verde’ pede passagem, com fantasias e alegorias elaboradas com material reciclável, coleta seletiva de lixo durante o desfile e até o plantio de mudas nativas da Mata Atlântica após a festa. Parte do Projeto Carnaval + Rio, apoiado pela Ambev e Sandálias Ipanema, o bloco desfila na terça-feira de Carnaval, dia 12 do mês que vem, na Rua Jardim Botânico.
“O cocar indígena que estamos produzindo para os cem integrantes da bateria, por exemplo, é elaborado a partir de embalagens tetrapak e sobras de tecido”, explica Rodrigo Rezende, presidente da Liga dos Amigos do Zé Pereira, criada este ano dentro do Projeto Carnaval + Rio. O vagalume símbolo do bloco também é construído com materiais recicláveis, mas os detalhes são “surpresa”, brinca Rodrigo.


ATÉ CIGARROS VÃO SER RECICLADOS
A coleta de lixo durante o desfile será realizada através da parceria com a Cooperativa de Catadores - CCOPRJ. Uma outra parceria, com a empresa Bituca Verde, promoverá uma ação distribuindo ‘porta-bitucas’ para o folião fumante descartar as ‘guimbas’ de cigarros. Desta forma, será dada destinação adequada ao resíduo, transformando-o num produto reciclável.
‘Vagalume, O Verde’ terá, ainda, espaço adequado para foliões idosos, crianças e com necessidades especiais. Além dos banheiros químicos já existentes, haverá três para pessoas com dificuldades.
O enredo de 2013 será “O jardineiro fiel”, com repertório em homenagem a grandes sambistas, como João Nogueira, Nelson Cavaquinho, Geraldo Pereira, Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Nei Lopes, Candeia, Dona Ivone Lara, Jovelina Pérola Negra entre outros.
E após o Carnaval, para neutralizar as emissões de carbono no ambiente, voluntários e moradores locais ajudarão no plantio de mudas doadas pelo Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio. A ação será realizada em áreas previamente autorizadas, sob orientação de profissional. Informações a partir de março: vov@vum.org.br.

 Fonte: http://odia.ig.com.br/portal/cienciaesaude/vidaemeioambiente/bloco-vagalume-o-verde-faz-o-carnaval-sustent%C3%A1vel-1.543895

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

À Margem do Lixo de Evaldo Mocarzel




Orgulhosos de seus trabalhos, organizados e militantes. À Margem do Lixo mostra uma ótica diferente dos catadores de materiais recicláveis de São Paulo. Sem narrador – o que reforça ainda mais a ótica dos realizadores – ou dados que revelem a importância daquele coletivo, o filme segue uma linha purista de documentário. Daquelas que conhecemos muito bem: o diretor e o roteirista assumem uma verdade e a perseguem até o final. Um filme interessante, que mostra parte da realidade. Como todo documentário, aliás.


Fonte:http://moviesense.wordpress.com