sexta-feira, 25 de abril de 2014

Catadores de Materiais Recicláveis

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada pelo IBGE em 2000, coleta-se no Brasil diariamente 125,281 mil toneladas de resíduos domiciliares, e 52,8% dos municípios Brasileiros dispõem seus resíduos em lixões.

Hoje estima-se que 1 em cada 1000 brasileiros é catador.
E 3 em cada 10 catadores gostariam de continuar na cadeia produtiva da reciclagem mesmo que tivessem uma alternativa. Estes têm orgulho de ser Catador.

Há Catadores de todo tipo.
  • Trecheiros: que vivem no trecho entre uma cidade e outra, catam lata pra comprar comida.
  • Catadores do lixão: catam diuturnamente, fazem seu horário, catam há muito tempo ou só quando estão sem serviço de obra, pintura etc.
  • Catadores individuais: catam por si, preferem trabalhar independentes, puxam carrinhos muitas vezes emprestados pelo comprador que é o sucateiro ou deposista.
  • Catadores organizados: em grupos autogestionários onde todos são dono do empreendimento, legalizados ou em fase de legalização como cooperativas, associações, ONGs ou OSCIPs.

O Catador é um sujeito que, historicamente, tira do lixo o seu sustento. Seja através da prática da coleta seletiva junto a alguns parceiros que doam o seu lixo ou, melhor ainda, seus recicláveis selecionados na fonte; seja caçando recicláveis pelas ruas e lixões, sacando os recicláveis do lixo misturado que o gerador não teve a decência de separar e colocou no mesmo saco o que pode e o que não pode ser reaproveitado.
Com esse “trabalho” a companhia de limpeza urbana deixa de pagar inúmeros kilos que seriam coletados e dispostos em aterro ou lixão. Na pior das hipóteses é uma economia. É um serviço a população já que esses materiais coletados pelos catadores vão evitar o consumo de matéria prima virgem – recursos naturais esgotáveis – além da economia com coleta e disposição final.

Dentre os Catadores organizados ou em organização existem os

  • Grupos em organização: com pouca ou nenhuma infra-estrutura, muita necessidade de apoio, e vontade de trabalhar em grupo e se fortalecerem.
  • Catadores organizados autogestionários: grupos que funcionam como cooperativas de fato onde decisões são tomadas de modo democrático, as vendas e os resultados são de domínio de todos graças a transparência das informações que muitas vezes são afixadas na parede - o valor da venda, dos descontos, as atas das reuniões e etc. Não há uma liderança única da qual dependam todas as decisões e todos os associados representam o empreendimento como dono.
  • Redes de cooperativas autogestionárias: A idéia de rede é uma forma de fortalecer os grupos na busca de quantidade, qualidade e freqüência que são algumas das imposições do mercado da reciclagem. Em rede os grupos podem vender por melhores preços por terem juntos maiores quantidades e aqueles que não tem prensa poderem enfardar o material. Em rede os grupos também podem se organizar para otimizar a coleta e realizarem inclusive coleta de outros materiais como óleo de cozinha, alimentos entre outros.

E há também as

  • Coopergatos: Grupos não autogestionários, que tem um dono, onde um manda e todos obedecem e funciona como uma empresa privada só que sem os benefícios sociais que uma empresa privada teria que dar.
  • Cooperativas de Sucateiros: Alguns sucateiros que, nem sempre, mas freqüentemente tem com catadores relações pra lá de exploratórias, percebendo vantagens junto a políticas públicas se regularizam legalmente como cooperativas mas funcionam como empresa privada, sob a fachada do cooperativismo. Infelizmente esse padrão é bastante freqüente.
  • Cooperativas de apoiadores: Grupos de catadores organizados por pessoas que não tem histórico na catação e se auto-declaram catadores (mas tem perfil de apoiador) para exercer uma liderança sem nenhum compromisso com o processo emancipatório dos catadores. Apoiadores só deveriam fazer parte de uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis se fosse no conselho consultivo, sem direito a voto e sem direito a renda.

 É imperativo que o apoio aos catadores seja compromissado com o protagonismo deles e a construção dos processos emancipatórios desta categoria.
Catadores são vítimas de preconceito por parte da sociedade e constantemente são associados ao problema do lixo podendo ser associados as soluções.

São atores históricos da gestão dos resíduos nas cidades e da cadeia produtiva da reciclagem e merecem políticas públicas que fortaleçam seu perfil empreendedor e ecológico.

O estilo do apoio no Brasil é o do amparo, da tutela simbólica, que vê os atores históricos como incapazes, estilo cesta básica e assistencialismo. Será bom entender o que é apoio dentro de uma premissa emancipatória.


De acordo com o dicionário Aurélio temos 

a.poi.o
s. m. 1. Tudo que serve para amparar, firmar, segurar, sustentar. 2. Mec. e Constr. Base, assento, sapata. 3. Amparo, socorro. 4. Argumento, autoridade, prova, ou qualquer coisa que se autorize, ou se prove. 5. Aprovação, assentimento.

E temos ainda
tu.te.la
s. f. 1. Dir. Encargo legal para proteger uma pessoa ou os bens de um menor ou de um interdito; tutoria. 2. Amparo, proteção. 3. Fam. Sujeição vexatória; dependência.

E ainda
e.man.ci.par
v. 1. Tr. dir. Eximir do poder paternal ou de tutela. 2. Tr. dir. Tornar independente. 3. Pron. Livrar-se do poder paternal ou de tutela. 4. Pron. Tornar-se livre.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Evento Sustainable Brands Rio 2014 acontece no final de abril no Rio de Janeiro

Destaque para os projetos sustentáveis colocados em prática por grandes marcas

SB Rio 13. Foto: Divulgação SB Rio 13 / Eduardo Magalhães
Entre os dias 24 e 25 de abril, a cidade do Rio de Janeiro receberá o evento Sustainable Brands Rio 14 (SB Rio 14), com o tema “Reimagine, Redesenhe, Regenere”. O evento deverá reunir 600 profissionais da rede global de líderes de empresas, dedicados a encontrar novas maneiras – sustentáveis – de conduzir negócios.
Durante a parte da manhã, nas Plenárias, o encontro terá apresentações de líderes empresariais e especialistas. A tarde nas Sessões temáticas, será possível aprofundar os assuntos centrais da Nova Economia. Além disso, acontece a Expo com 16 iniciativas concretas, de empresas nacionais e internacionais, de transformação do ambiente de negócios.
Inovação e sustentabilidade na prática
Durante a conferência, pela primeira vez no Brasil, acontecerá a Sustainable Brands Innovation Open – competição entre startups que oferecem produtos e serviços que utilizam a sustentabilidade como direcionador da inovação. Apenas dez competidores terão a oportunidade de participar da Conferência, e duas startups serão as grandes vencedoras. Os prêmios incluem recurso financeiro e apoio de consultorias.
“No Brasil o tema inovação está em alta e muitas iniciativas vêm acontecendo. A SB Innovation Open dá visibilidade para que as startups apresentem suas ideias focadas na sustentabilidade”, disse Álvaro Almeida, sócio-fundador da Report Sustentabilidade, realizadora da SB Rio 14.
Roger Koeppl, jovem empreendedor social, explicou o que o motivou a participar da competição com sua startup, a cooperativa YouGreen. “Estamos mobilizando nossa rede de contatos para irmos para a final do Innovation Open. A visibilidade alcançada e o aporte para alavancagem vão ao encontro dos atuais e futuros objetivos do nosso negócio”, contou.
Outra novidade do evento é a visita temática a comunidades cariocas em que são desenvolvidas atividades e projetos com foco socioambiental. Estas demonstrarão como as marcas podem se adequar às demandas da sociedade. As atividades fazem parte do programa pós-evento, que acontece no dia 26 de abril.

Fonte: Instituto Brookfield